terça-feira, agosto 08, 2006

MAIO DE 2005


domingo, 22 de maio de 2005

Trilhando novos caminhos
Estava tudo perfeito - Com exceção de um amor para a vida toda, que não é algo que depende diretamente da gente, não podia reclamar da minha vida... Aos 27 anos, com muito trabalho, devo dizer, alcancei coisas que a maioria das pessoas do nosso país leva uma vida inteira para ter. Almejar, sonhar, querer... Abraçar metas e desejos com toda garra para que elas se transformem efetivamente em realizações. Sempre gostei dessa seqüência, o encontro com as realizações tem um sabor muito especial... Mas a vida nos surpreende o tempo todo, não é mesmo? Quando pensava que a tranqüilidade tinha chegado para ficar, ela era apenas um momento, uma pausa que antecedia novos desafios na minha vida. Sim, repito, era tudo semi-perfeito. Mas um mega-desafio entrou pela janela e caiu nos meus braços... Logo comigo? Justo agora que as coisas estavam calmas e equilibradas? Sim, você mesmo, Deco, vem ou fica? Vou e vou com fé demais, rejeitar um bom desafio definitivamente não faz parte da minha essência. Desafio para mim é ouro, oportunidade de aprendizado e sucesso, chance clara de me superar e experimentar ainda mais a vida. Claro, tem uma galera boa me achando muito louco e outra botando fichas demais... Uns dizem que fariam à mesma coisa, outros que jamais fariam isso. Na verdade, as pessoas de um modo geral adoram analisar a vida das outras pessoas... Digo de cá: Cuidem do seu nariz, "opnólogos" de plantão, pois eu, no meio disso tudo, estou com foda-se totalmente ligado para o que não for apoio. Já é! Admito que não foi uma mudança simples... Sair de uma capital que eu amo tanto como Belo Horizonte e ancorar em Lagoa Santa, uma cidade com pouco mais de 45.000 habitantes, me traz a sensação de descontinuidade. Não é pelos restaurantes, teatros, boates, cinemas e shopping centers, juro, essa parte pouco me importa. É difícil porque se trata de um processo de desconstrução dos 27 anos que passei por lá... É difícil e doloroso se despedir de tantas coisas de uma só vez... Amigos, amigas, família, affairs, empresa e 1403 - Ninho do grito de liberdade, lugar onde aprendi muito sobre mim mesmo, teto de independência e orgulho, espaço perfeito onde vivi momentos maravilhosos e inesquecíveis. Quero deixar claro uma coisa, não sou coitadinho não, nem estou fazendo melodrama para ninguém... Estou feliz aqui e vim porque eu quis! Apenas pontuo que Lagoa Santa é perto, mas não é BH, não é ali como todos dizem e pensam... Eu não sou ioio para ficar indo e voltando como um louco. Lagoa Santa é o meu lugar agora e é aqui que eu vou viver. Bom saber que aqui tem qualidade de vida de sobra; Trânsito zero, ar puro, energia boa e uma lagoa linda onde pretendo correr com meu cachorro todos os dias. Faltam algumas coisas e faltarão outras é claro, mas a vida é assim, temos que aprender a conviver com os dois lados de cada moeda. Agora é hora de trabalhar muito, nesse primeiro ano, não tem sábado, domingo e nem feriado para descansar. Tudo é muito novo e ousado, tenho que me dedicar demias para essa empresa chegar aonde eu quero. Por fim, sozinho a gente faz nosso caminho, já me acostumei com isso. Essa solidão que sinto agora e que de certa forma todos sentem, conheço bem é já me relaciono de forma tranqüila com ela. Em meio a tantas mudanças, nem posso muito pensar em amor... Mas tenho certeza, na hora certa, esse amor que eu tanto espero vai chegar, esteja eu onde estiver...
Fiquem bem e torçam por mim... Saudades... Beijos, Deco.
sexta-feira, 13 de maio de 2005
Ilha da Fantasia
Os "baladeiros" profissionais que me perdoem, mas tenho cada vez mais preguiça da noite. Não sei ao certo como justificar essa minha atual aversão às baladas... Será que estou ficando velho? Questiono-me... O problema é comigo ou com a noite? O que sei é que não consigo me furtar desta crítica insistente que me persegue em cada embalo notívago. Sim eu fiquei "velho", admito, rostos mascarados não me convencem de mais nada... Tenho uma visão muito clara e sensível da nossa realidade e isso me impede diretamente de abraçar a ilusão com os mesmos olhos reluzentes dos 18 anos. Acabou, devo admitir, não tenho o menor tesão para a festinha que vai bombar, tampouco paciência para me agregar aquele mundo de faz de conta. Quero distância de filas quilométricas e de gente suada me empurrando pra lá e pra cá. Por mais empolgado que eu tente ficar, o peso da experiência forma um retrato antecipado das coisas. Já tentei, juro, todas as saídas que vocês possam imaginar a fim de equilibrar essa sensação, pois, como qualquer um, mesmo querendo estar out desse tipo de programa, acabo tendo que comparecer em um ou outro evento social. Mas já sei, antes mesmo de sair de casa, que o resultado não será diferente. Perdi o engajo, o jogo de cintura e o feeling para administrar esse tipo de coisa... E isso não se deve a minha crença no amor ou outra aspiração qualquer do coração. Isso é coisa da cabeça mesmo, do lado racional... É você enxergar literalmente a sua frente um mundo que não é seu e nem vai ser mais... Passou, foi bom enquanto durou, valeu a experiência... Concordo que dançar, se divertir e espairecer faz bem a qualquer pessoa, mas sinto falta do mínimo de realidade quando a noite cai. Tenho pânico daqueles rostos falsamente felizes e ojeriza àquelas caras de mundo-cor-de-rosa... No meu travesseiro, ás vezes bêbado, ás vezes sóbrio, me pego pensando em quantas pessoas estão simultaneamente na mesma viajem que eu. Porque é lá, no nosso travesseiro, que os sonhos da balada se desfazem... Ao fechar a porta de casa, a verdade chega silenciosa e bruta - E agora, descolado, quem é você? Talvez eu seja louco de querer que a noite seja um pouco mais verdadeira e sincera com as pessoas... Talvez, pois ainda penso que louco é quem afunda nisso até o pescoço e se acha o tal, o mais, o mega moderno. Desculpem pela demora, tempo de mudanças radicais, correria sinistra... Fiquem bem... Beijos, Deco.

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