terça-feira, julho 24, 2007

Aos 30

A vida é mesmo muito rápida. Meus trinta anos chegaram como um tiro seco. Quando acordei já era, já foi... Já é! Mas sabe de uma coisa? Apesar de reconhecer certa razão em algumas coisas que me foram antecipadas pelos mais vividos, nunca me liguei nesse lance de idade. Acredito que o importante é a gente aprender com a vida e se aprimorar, amadurecer, evoluir e conseguir ser melhor com o passar dos anos. Idade por idade, despida desses números que tanto se evita, está dentro de cada um, assim como as experiências felizes e infelizes que guardamos na memória e no coração. No mais, de todos os tipos, sexos e cores... Conheço velhos que são jovens e jovens que são velhos, isso é perfil de cada um, individual como a própria digital. Por isso insisto em menos rótulos, corretivos e menos fome de esconder de um jeito artificial e explícito que o tempo passou. O tempo passou e enquanto vivermos, ele passará. Isso é apenas mais uma pressãozinha, uma apelação sócio-comercial para vender mais cirurgias plásticas, botox e cosmética anti-envelhecimento.

Bom, não cheguei aos trinta como imaginava, porque na verdade nunca me imaginei com trinta anos. Poderia estar melhor ou pior, mais sarado ou mais gordo, com mais ou com menos dinheiro. Poderia estar casado, separado, ajuntado ou poderia nem estar aqui escrevendo, vai saber. Na verdade, não me preocupo muito com isso. Talvez por achar que envelhecer é natural e por ter vivido esses trinta anos, minuto a minuto, emoção a emoção, sem qualquer resquício de arrependimento. Talvez por ter aproveitado as oportunidades e por ter colocado a cara para bater, experimentando a vida só para ver como é que era. Talvez, aliás, com certeza, porque não sou o tipo de pessoa que fica vivendo na base do quando e tão menos o tipo de pessoa que espera que o tempo faça algo de espetacular acontecer na sua vida. Não sei esperar. Vivo intensamente o hoje e faço minha parte para que meus sonhos se tornem realidade amanhã. O futuro? É amanhã e quando eu o viver, se eu o viver, saberei como será. Aprendi que não adianta ficar se amarrando demais no tempo, nem sonhando ou fazendo planos demais, a vida muda a todo segundo e a gente muda com a vida o tempo todo. É inevitável.

Vejo os trinta como um convite, uma boa oportunidade para uma reflexão mais demorada e profunda. Tempo de reler alguns conceitos, agregar outros e seguir a estrada. Estou pronto, realizado e feliz. Ah sim, tenho menos cabelos e mais contas para pagar. Tenho mais linhas de expressão e já não consigo virar a noite na gandaia e trabalhar no outro dia. Sinto dores estranhas e um cansaço muito grande. É o peso da idade... Por outro lado, não tenho a mínima preocupação em agradar a todos. Acreditem, meu foda-se colou e daqui pra frente não descola mais... Estou mais exigente e seletivo com praticamente todas as coisas que me envolvem e confesso, tenho pouca paciência e cada vez mais preguiça para o social. Trago mais certezas e muito menos dúvidas, acho essa a melhor parte, ter o prazer de desconhecer o que venha a ser impulsividade.

Por fim, aos 30, sei o que quero, sei quem eu sou e isso me basta. Como um eterno aprendiz, vou descobrindo, desvendando, questionando e percebendo que idade se traduz em sabedoria, não em garantia. Viver cada dia é um risco constante e as coisas que acontecem na vida de todos nós, sejam elas quais forem, são frutos de uma mistura de fatores, dos quais o sucesso depende de fé, dedicação, amor e carinho e não somente da nossa experiência.

Fiquem bem...
Beijos,
Deco.