sábado, abril 30, 2011

PONTO DE EQUILÍBRIO


Você pode seguir a estrada da razão… Você pode seguir a trilha da emoção… Qual ser humano nunca se questionou em qual direção seguir, a qual sentido se apegar para encontrar a felicidade? Cabeça… Coração… Vertentes distintas, pontos de vista tão opostos e ao mesmo tempo, atraentes. De um lado, a cabeça; que se firma na segurança - do outro, o coração; que só se firma na insegurança, na dúvida que traz o suspiro e o faz bater seguidamente em descompasso. Ela, pauta o racional, sempre frio e calculista - ele, pauta o impulso, o calor e a intensidade. Ela, nos dá a sensação de conforto, de estarmos seguindo com garantias a direção certa - ele, nos dá uma gostosa sensação de desconforto e resume sua falta de garantias na única garantia que o importa: O amor.


Razão… Emoção… Dois extremos, dois lados da vida e da balança. Se viver é um aprendizado diário, orquestrar uma harmonia entre o que pensamos e o que sentimos é um mestrado cotidiano.


A vida é feita de múltiplos caminhos. Você pode ser racional, frio e pouco reativo ao que toca o coração - e talvez assim seja feliz ou quem sabe envelheça nos braços do seu travesseiro… Você pode ser emocional e totalmente entregue aos sentimentos - e talvez assim seja feliz ou quem sabe envelheça nos braços do mesmo travesseiro… Não há nenhuma comprovação científica ou testemunho existencial que aponte um caminho correto a seguir. Não há qualquer receita de comportamento que nos forneça garantias de acerto e felicidade. Vale a razão? Vale! Vale a emoção? Vale também! A nossa vida é feita dessa degustação constante e meio louca, desse mix de extremos que vão e vem - e das experiências que nos tornam seres mutantes e mais adiante, evoluídos. Viva! Vida é para viver, para dar a cara, errar e aprender. É melhor ter a mochila pesada, mas recheada de capítulos bons e ruins - do que vazia, se resumindo a areia por medo de se afogar no mar.


Faz um tempo que o equilíbrio tornou-se o meu foco de vida, um caminho que tento seguir a cada amanhecer. Equilíbrio, apenas equilíbrio… Nada de esquerda ou direita. Nada de ficar em cima do muro ou ter um bom senso meramente social. Nada de amar demais, trabalhar demais ou ter razão demais. Na vida profissional e afetiva, aprendi que extremos não são saudáveis, sabe? Que é fundamental conciliar, ser flexível, achar o meio termo e que isso não significa levar uma vida morna. Que por mais gostoso que seja ter o coração apaixonado batendo freneticamente, é melhor ainda senti-lo amando e batendo em paz. Que por mais fundamental que seja um amor para vida toda, nossos amigos e nossa família são simplesmente insubstituíveis. Que por mais seguro ou politicamente correto que seja ser racional, sozinha, a razão nos esfria, nos furta de sentir - e sentir é igualmente essencial e gostoso. Que mora no equilíbrio desse dueto - sentir e pensar - um caminho, uma estrada, uma trilha para a verdadeira felicidade.


Fiquem bem...

Beijos,

Deco.