sexta-feira, outubro 07, 2011

UM NOVO AMOR PARA AMAR


São tempos modernos. Então, por favor, entenda isso. Entenda isso ou poupe seu tempo e pare de ler por aqui mesmo. Entenda isso, antes que queira me dizer enquanto lê, que nasceu no mundo errado, na vida errada ou que preferia viver e amar no tempo da sua avó, bisavó, tataravó… Enfim, menos nostalgia! Não vamos fugir da realidade, combinado? O nosso tempo é esse mesmo; aqui, agora, século XXI, outubro, dois mil e onze! É este e não outro qualquer, o tempo possível para sermos felizes. Portanto não importa aqui, neste momento, se houve tempos mais felizes e doces ou teoricamente mais românticos e bonitos. Meu pai e minha mãe - tal como outros pais e outras mães - nasceram há 55 anos atrás e estão separados há nada menos que 24… Isso significa de forma clara, ácida e direta, que a fórmula de amor que me colocou nesse mundo não era perfeita nem para sempre - como as nossas não são - e fracassou - como as nossas também fracassam, ok?

A cada dia que passa, apesar da suposta facilidade que tenho para discorrer sobre o assunto, acho mais difícil discutir sobre o amor com as pessoas. E não é que eu não goste de polêmicas, porque eu adoro! E não é que eu tenha preguiça de trocar idéias, pontos de vista e horizontes, porque eu gosto demais. O fato é bem simples… Cheguei a conclusão de que o amor é como a felicidade, completamente conceitual. Assim, cada um de nós bate a sua cara na parede, espeta seu coração na ciranda na vida e segue - e erra - e acerta - e ama loucamente - e se fode - e tempos depois voltar a acreditar que o amor é do bem e que amar é bom e deliciosamente necessário a vida. Assim, cada um de nós pode se posicionar de forma livre e diferente - ainda que carregue o mesmo sentimento batendo dentro do peito.

Não é nenhuma novidade… Ninguém precisa ser - O astro - para concluir algo tão explícito! Existe de forma clara um excesso de abstinência amorosa ao nosso redor. Existe, infelizmente, um excesso de carência afetiva. Homens. Mulheres. Adolescentes. Jovens. Adultos. Aqui, ali e acolá. Todo mundo quer um amor para vida toda - e ninguém tem. Todo mundo quer um pé gostoso para colar no seu numa noite de inverno - e ninguém tem. Todo mundo quer alguém para trocar o dia, para dividir os pesos e as doçuras dessa vida - e ninguém tem. Todo mundo quer companhia pro cinema domingo a noite - e ninguém tem. Todo mundo quer alguém além de si mesmo habitando seu coração, e isso está acima de qualquer moda ou tendência, é algo humano e atemporal - e ninguém tem.

Então, meus queridos, dizer que o amor é algo a ser construído e conquistado para depois então ser mantido - parece um tanto óbvio e clichê, mas acreditem, não é não! Para uma geração que tanto se viciou no que é fácil e prático, não há o que seja óbvio ou clichê. Não restou palavra em pé no dicionário para classificar o que vivemos nos dias de hoje. Somos todos covardes e medrosos! E nossa distância de amar, e o que nos separa de forma abissal do que tanto queremos viver e sentir, tem muito mais a ver com nossas idealizações idiotas (que claro, nunca se realizam) do que com o amor propriamente dito. Nos impregnamos dessa cultura de querer o outro do nosso jeito, sempre como esperamos e nessa, esquecemos do fundamental em matéria de amor, de amar o outro como ele é - com todos, eu disse TODOS os defeitos e qualidades que ele tem.

Há uma chance para o amor na vida moderna? Eu acredito que sim! Para um amor livre, independente e pacífico, entre pessoas inteiras, amantes, amigas e maduras, tenho certeza que sim. Paralelo a qualquer modernidade, paralelo a passagem do tempo, o amor está aí e acreditem, nunca deixará de ser tema de cinema, da vida, do nosso coração. E se ele anda assim, meio sumido, acho natural… O recolhimento faz parte do processo de reinvenção. Não somos mais os mesmos, ainda bem. O amor não é mais o mesmo, ainda bem também. O sentimento que existe hoje, definitivamente, é para pessoas evoluídas. Você não irá sentí-lo de forma verdadeira se parou no tempo. São dois inteiros. Duas vontades - não duas metades disputando qual delas irá se anular.

Como sempre, fiquem bem!
Beijos mil,
Deco.