domingo, novembro 11, 2007

MODERNIDADE, MONOTONIA E SOLIDÃO


Esta é só mais uma noite de sábado... É apenas mais um momento para você questionar, para você não entender, para você se sentir só em seus próprios pensamentos. Você pensa sozinho. Você sente sozinho, Você se machuca sozinho. Não é preciso sair. Não é preciso estar com alguém. Não é preciso nenhuma balada ou festinha. Você conhece bem a realidade e mais, sabe perfeitamente que ela não tem absolutamente nada a ver com você e seus planos. É meu amigo... O seu leque anda mesmo muito fechado... O seu mundo anda mesmo pequeno... Ou talvez o mundo das outras pessoas ande se mostrando pequeno demais para você se envolver de alguma forma.

Não. Isto não tem a ver com um fim de uma relação de amor. Isso não tem nada a ver com sofrimento, mágoa e nem com amargura. Isso também não é algo que se resolva num divã confortável e bonitinho. Isso não se resolve nem com o mais top dos psicólogos... Porque pra você sentir vem muito antes de entender. Porque pra você a razão se resume ao horário comercial e do resto, de todo o resto, quem cuida é o coração. Não, insisto... Isso não tem nada a ver com um coração em pedaços que clama pelo amor como um menino por uma bola... Isso tem a ver com a sua carência de gente com G maiúsculo. Isso tem a ver com a inversão mascarada que jorra pelos quatros cantos. Isso tem a ver com sua sensibilidade que insistentemente te impede de fazer de conta que não é com você. Isso tem a ver com a sua preguiça de passear por cenários tão diferentes do seu. Isso tem a ver com a sua sede de amor e também com seu idealismo fora de moda de ver as coisas de uma forma um pouco mais doce e romântica. Isso tem a ver com preferir arrepios a cantadas baratas. Isso tem a ver com o prazer da conquista, tem a ver com aquele flerte gostoso que te fascina intensamente por horas e mais horas. Isso tem a ver com roupas menos curtas, corpos menos artificiais e mentes mais abertas e sinceras. Isso tem a ver com a ausência clara de uma infinidade de coisas que você julga fundamentais. Isso tem a ver com uma sociedade hipócrita e ordinária da qual você infelizmente faz parte. Isso tem a ver com um coração que só enxerga o amor e que despreza, literalmente, todas as outras coisas.

Não está fácil não, você admite o óbvio enquanto se olha no espelho. Seu travesseiro escreve um livro de cinco mil páginas com seus desabafos declarados madrugada afora. Há quem diga que isso é meramente uma fase, há quem diga que um drinque colorido resolve, mas você (mais do que qualquer outro ser desse planeta) sabe onde mora sua dor. Ela mora na solidão insone e morre na esperança, na fé, na luz, no encontro e na superação. O amor vai e vem, as pessoas vão e vem, é assim mesmo... Ou se conforma. Ou morre disso. Um dia quem sabe ele vem e fica. Um dia quem sabe a pessoa certa vem e fica. Relaxa, espera, respira, amadurece. Porque lá em cima mora um cara que te conhece melhor do que ninguém, um cara bacana que acompanha sua luta há trinta anos e esse cara certamente, mesmo chateado com o resultado lastimável da sua própria criação, há de fazer o mundo inteiro se curvar ao tamanho do amor e ao valor essencial e insubstituível da família e da amizade. Há de fazer as pessoas serem melhores e mais dignas umas das outras. Sim, eu sei... Isso vai soar como utopia na cabecinha delas e elas vão dizer que é out e démodé, mas pobre delas, problema delas. Quem não acredita no amor, não se dedica. Quem não aposta na força da união, na profundidade da cumplicidade e do companheirismo, não merece mesmo ser feliz.

Fiquem bem e se cuidem...
Beijos,
Deco