terça-feira, agosto 08, 2006

1 + 1 = 2

Basta ouvir a palavra Matemática para que sua mente ingresse numa viagem exata, perfeita como dizia Nagib, meu professor da 7º série, um seguidor apaixonado da questão. Logaritmos, equações colossais, teoremas, cálculos, cálculos e mais cálculos em busca de um objetivo, a exatidão. Matemática por matemática, não há quem desconheça, aliás, se meu leitor não é um CDF, ela provavelmente foi um drama na sua vida escolar. Não pare de ler! Não quero falar desta matemática... Que me perdoe a matemática, seus matemáticos e professores, mas eu prefiro viajar na matemática humana, na matemática do amor, na capacidade que temos de somar, diminuir, dividir e multiplicar emoções.
Somamos ao estender a mão ao próximo, ao ouvir em silêncio um desabafo e ao emprestar o ombro pro outro chorar. Somamos sempre que queremos. Sempre que fazemos de duas vidas uma só, mas principalmente, quando conseguimos enxergar além de nós mesmos e assim concluir que somos apenas uma parte da equação.
A divisão se divide... Separa daqui, mas junta de lá. Dividimos o teto, o chão, a cama, dividimos os sonhos... Dividimos o que restou e o que não sobrou pra gente, dividimos mágoas e decepções também. Nos dividimos em mil quando estamos no coração de tantos e em dois quando precisamos atender lados opostos... Dividimos cumplicidade. Dividimos o pão, a rede, o sofá, dividimos o lar... Dividimos a dor, o coração, dividimos o amor e a paixão... Dividimos a troca quando o outro se divide por nós. Diminuímos quando esquecemos de nós e dos outros, quando deixamos a vida levar e o tempo passar.
Diminuímos quando impera o estabelecido, não o desejado... Quando perdemos a capacidade de ousar, de romper barreiras dentro de nós mesmos e aceitamos passivamente o exposto. A multiplicação traz a tona coisa boa, pois dificilmente multiplica-se o que é ruim... Seguem múltiplos o orgasmo e o gozo, os anseios, a liberdade, o tesão, o respeito, a verdade e o amor. O sol multiplica calor aquecendo o mundo inteiro, a lua multiplica luz no escuro da noite... Multiplicamos entre nós, porque multiplicar é partilhar, é irradiar o bem à um tanto maior. Nada de calculadoras, fórmulas, réguas e compassos, a matemática da vida exige muito de nós, mas exige o básico, vivê-la.

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