terça-feira, agosto 08, 2006

O AMOR É COISA RARA

Nesses tempos, me farto de trabalho, dinheiro, globalização e de concorrência. Nesses tempos, me farto de consumo, violência e de moleques analfabetos no sinal. Nesses tempos, me farto de interesses, gente drogada e de mortes pré-maturas. Nesses tempos, me farto de brigas, poluição massiva e de políticos irresponsáveis. Nesses tempos, me farto de fome, desigualdade, guerras e de destruição geral. Nesses tempos, vou me fartando de beijos, noites vazias e de um sexo puramente animal. Vou me perdendo de mim mesmo, indo de encontro ao nada, esparramando minhas queixas pelo sofá da sala... É um tempo de solidão, de egoísmo e individualismo na base do cada um por si. Não vejo propostas de partilha ou divisão. Não vejo colo, não vejo olhos brilhando. Não vejo casais apaixonados beijando graciosamente no meio da rua. Não há entrega, nem cumplicidade.
No mundo moderno, tudo parece desaguar na desconfiança, num receio de encher o peito e, enganosamente, sentir-se dependente de alguém. Coisas tão belas, como o amor e amizade, se tornaram caretas, proibidas, falsas, retrô... Querem saber? Estamos loucos! Não loucos de amor, não loucos de tesão, não loucos apaixonados sonhando juntos pelos jardins das nuvens... Estamos loucos de hospício mesmo! O tempo passa desafiando a esperança, confesso que me canso, mas não desisto! Sou brasileiro do Amor! Viva a contra-mão! Nesses tempos, onde há tanta fartura do supérfluo, sigo querendo amar cada vez mais. Mesmo sabendo no fundo, que amor verdadeiro é coisa rara de se viver.

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