terça-feira, agosto 08, 2006

AMOR QUE O TEMPO NÃO LEVA



Eu sempre quis escrever para você. Sempre. Desde o começo. Nossa história merece um texto, uma página, um livro inteiro. E eu nunca escrevi. Questiono, me condeno, me perco...

Porque escrevi textos e textos de amor e não te inclui em nenhum deles? Porque nunca me inspirei em nós dois, na nossa história de cinema e nesse sentimento bonito para escrever?

No coração existe um tanto que se escreve, que se descreve, que se declara, que se expõe pro mundo ver - e outros tantos indescritíveis, que não se fala, que só se guarda e espera florescer. Aqui, completamente estático na frente do teclado, eu escuto músicas da nossa trilha e fumo o cigarro que aprendi a gostar com você. A imaginação vai longe, cria asas e traz momentos perfeitos... Saudade, carinho, cumplicidade, vontade de você. O coração se envolve, entra na dança... Quer declarar poesias, desejos e suspiros apaixonados, mas a frase não sai. O dedo digita, o mesmo dedo apaga. A palavra linda, a melhor frase, o parágrafo mais doce... Tudo fica pequeno aqui fora. Pela primeira vez, eu não consigo escrever. Onde está a sensibilidade aguçada? O coração canceriano? A capacidade de transformar sentimentos em palavras? Eu não sei. Aqui dentro tudo é grande e intenso demais... Essa é a verdade. Essa é a nossa verdade. Eu simplesmente não consigo nos resumir, nos descrever, nos fazer ter um sentido para os olhos de quem nos lê. Talvez por não precisarmos mesmo de um sentido para gostarmos tanto um do outro. Talvez pela história meio louca, impossível e completamente apaixonante que nós vivemos.

Não importa. Nada importa. Ninguém importa quando estamos juntos.

Perto de você eu esqueço o mundo, as palavras, as horas, as pessoas. Não pode ser diferente. Você é o melhor beijo, o melhor cheiro, o melhor conjunto. Amo seu jeito, suas formas, seu sorriso de menina mulher. Fecho os olhos. Você vem. Durmo sem você, acordo com você e sonho com nós dois mesmo longe e sem certeza alguma de nada. O amor nos garante. Você some daí, eu sumo daqui e o tempo passa, passa e passa sem que gente se desligue, sem que o encontro, o calor e a vontade percam a graça. Talvez isso seja amor. Talvez não... Mas é a melhor, a melhor sensação que eu já senti.

Deco.
Por Deco 13:32:38Comentários na Trilha (9)

Nenhum comentário:

Postar um comentário