terça-feira, agosto 08, 2006

FEVEREIRO DE 2005


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005
Mulheres, o Trilhas é de vocês!
Não, isso não é uma cantada plural... Ou é? Ah! É uma longa história, vocês vão entender. Para quem não sabe, comecei a escrever em 2002. Naquela época eu havia saído de um relacionamento longo e um tanto conturbado, estava sofrendo muito e precisava aliviar de alguma forma tudo aquilo que eu estava sentindo. Foi assim, numa tarde qualquer, que nasceu meu encontro com os textos. Transformar sentimentos em palavras foi uma forma de extrair de mim mesmo aquele nó estranho que me amargurava, que me consumia dia após dia... Encontrei no papel uma espécie de companheiro, de ombro amigo, onde eu podia soltar minhas queixas, suspiros e questionamentos sem medo, sem receio e principalmente, sem máscara alguma. Escrever sobre si, sobre isso ou aquilo é muito mais do que uma terapia... É refletir, relacionar, experimentar e pensar um pouco sobre cada coisa... Experimentem! Certa vez, uma amiga leu um texto meu e passou para outra, que passou para outra, que passou para outra... De um instante ao outro meus textos passaram a seguir para uma lista de quase 1000 e-mails... Confesso que no começo era muito bom, as pessoas me escreviam contando que estavam vivendo momentos semelhantes, que a partir do texto x ou y passaram a enxergar as coisas de outra forma ou até discordando, me mostrando outros pontos de vista. Sempre achei o máximo essa troca, mas depois de um tempo isso se tornou cansativo, era um que não recebia o texto tal, outro que queria saber mais e mais da minha vida, enfim, escrever que até então era um prazer, passou a se tornar algo chato e rotineiro. Foi aí que surgiu a idéia de criar um espaço na internet, uma espécie de casa virtual para os meus pensamentos... A partir dela e da dimensão que a internet proporciona, eu poderia escrever com mais liberdade e menos cobranças, além disso, poderia dar mais amplitude aos meus ideais, falar dos livros que estou lendo, do que estou ouvindo e é claro, conhecer gente nova. Assim foi. Sempre tive um olhar crítico sobre a sociedade, sobre a desigualdade social, sobre o capitalismo e outros tantos que vivemos no nosso cotidiano... Gosto de questionar as coisas e não consigo me prender muito a regras, formatos e convenções sociais. Esse lado crítico é uma espécie de combustível para os textos, dele nasceram dezenas de crônicas... Mas com o tempo, descobri que falar de amor é a grande paixão da minha vida. E é daí que vem o título desse texto... Falar de amor é falar de vocês, mulheres da minha vida. Não há romance algum sem vocês por perto, não há paixão, namoro, noivado ou casamento. Com todas as letras, eu escrevo por e para vocês - Declaro-me... São vocês e suas curvas encantadoras que movem o mundo. Vocês têm uma sensibilidade tão singular, um jeito todo sutil e especial de se abrir... Vocês me compreendem com poucas palavras, no exato sentido que meu coração escreve... Encantam-me com teus olhares e dão o ar da graça com um misto de vulnerabilidade e força... Representam o colo, o carinho, a beleza e o perfume que eu tanto desejo... Não quero pagar de Don Juan, mas preciso dizer que é muito bom, especial, gostoso e apaixonante tê-las aqui comigo. Uma a uma - Maria Eduarda, Fé, Fernanda, Rô, Mô, Sônia, Cíntia, Liz, Sheila, Fabi, Viviani, Nivia, Srta.Butterfly, Suely, Angel, Sandrinha, Paula, Quequel, Nikita, Kyra, Islane, Linda, Lindinha, Cris, Rose, Danise, Danielle, Paty, Nathy, Tati, Talia, Loba, Vicky, Vera, Erê e Ruiva - Muito Obrigado! O carinho e a presença de vocês é essencial para a felicidade desse espaço. Um super beijo, Deco.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2005
O meu amor é assim e ponto
Dizem os casados que depois de algum tempo as coisas mudam... Que o sexo não é o mesmo, que o beijo já não tem aquele gosto e que as afinidades andam passando bem longe da porta de casa. Carinho, companheirismo e juras de amor ficam na teoria, na prática as qualidades somem, os defeitos se multiplicam e tudo que era bom demais se torna monótono, comum e sem sal, não é mesmo? Dizem também, que a grande culpada por esse abismo que assola 75% dos casais no Brasil, é uma tal de rotina, conhecem? do Fr. routine < route, caminhos. f.,caminho já trilhado e sabido; hábito de fazer as mesmas coisas ou sempre da mesma maneira; fig., uso geral; prática constante;índole conservadora ou oposta ao progresso; aversão às inovações;;(no pl. ) conjunto de normas;Inform.,(no pl.) conjunto de operações ordenadas que fazem parte de um programa para executar uma operação repetida que se efetua freqüentemente. Sinceramente, eu discordo muito. Acho que a culpa é nossa, por permitir que a rotina, a mesmice e o costume se estabeleçam na nossa vida. A culpa é nossa, porque somos acomodados, porque mesmo descontentes, temos uma interminável preguiça de fazer com as coisas sejam diferentes na nossa vida. A verdade é que o ser humano gosta muito de novidade, de descobrir, conquistar e de sentir aquele apertinho bom que só a incerteza nos dá. Isso parece ser mais prático do que tentar salvar um relacionamento, mas não é.Vocês se lembram da primeira vez que transaram? Da primeira vez que dirigiram? Do primeiro cigarro? Do primeiro amor? Claro que sim, porque a primeira vez é inesquecível... Descobrir é maravilhoso, mas a beleza não está contida apenas no que é novo, principalmente, quando falamos de amor. Concordo que o começo é muito especial, mas não podemos começar pro resto da vida, não é mesmo? É preciso evoluir dentro da própria opção com paciência e sabedoria, pois só assim é possível descobrir o novo dentro do já sabido. Existem coisas maravilhosas que só descobrimos quando ficamos anos ao lado de alguém... No sexo, por exemplo, quanto mais intimidade, liberdade e conhecimento os parceiros tiverem, melhor ele vai ser. E acho que isso vale também para as outras partes da relação... Quanto mais eu conhecer minha mulher, quanto mais eu saber sobre o que ela gosta ou não, mais entendimento nós vamos ter... É tão lógico isso, não? Seria, se a nossa impulsividade não fosse tão forte, se a nossa pressa de abandonar a condição de solteiro não fosse tão grande. Somos todos loucos demais, apressados demais e o amor gosta de calma, sutileza e sensibilidade. Tudo bem, eu não me casei ainda, mas prometo manter minha idéia sobre o amor até os últimos dias. Aos 27 anos, pode ser cedo demais para eu cimentar meu conceito de amor, mas prefiro assim, mesmo que eu me decepcione... Prefiro assim, a me juntar a uma geração que troca de parceiro e de roupa com a mesma intensidade, uma geração covarde que tem medo do amor e principalmente, medo de amar. "Todo sentimento precisa de um passado para existir, o Amor não. Ele cria como por encanto um passado que nos cerca, ele nos dá consciência de havermos vivido anos a fio com alguém que há pouco era quase um estranho. Ele supre a falta de lembranças por uma espécie de mágica..." (A.Carolina) - É essa mágica que eu quero, que eu desejo e espero, todos os dias. Se cuidem... Beijos, Deco
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005
O mesmo erro, nunca mais
A cada erro um novo tombo, em cada tombo um novo aprendizado sobre como levantar... Eu já errei demais nessa vida... Quem não errou, não é mesmo? Podem escolher o tipo, acho que já cometi todos - Já amei muito quem merecia pouco, já desprezei quem eu devia ter amado. Já traí, já menti e já fui falso. Já bebi até cair, já experimentei drogas, já fui irresponsável e já liguei o foda-se na hora mais errada do mundo. Já fiz de conta, já fiz hora, já fui moleque e palhaço no circo da vida. Já desrespeitei, já passei dos limites, já bati, ofendi e saí rindo por aí... Já julguei, já tive preconceito, já fui contra o certo sabendo que estava errado. Já fiz de tudo um pouco e aqui estou, certo de que sem meus erros eu nunca seria o Deco de hoje. Acho que os erros são parte essencial do nosso processo de crescimento, amadurecimento e aprendizado. Ninguém nasce sabendo o abc nessa vida. A cada virada, um novo passo, uma nova forma de fazer acontecer... Muitas pessoas querem voltar no tempo para corrigir seus erros no passado, outras se martirizam carregando seus erros pelo resto da vida... Calma aí, né... Nenhum erro é tão grave que não possa ser esquecido, corrigido ou perdoado. É melhor errar, pôr a cara pra bater, do que vagar pela inércia se achando "O perfeito". Quem não erra, não acerta e não aprende o caminho. A vida é feita de atitudes e experiências, que nem sempre positivas... Fazer o quê? "Ah, mas eu sabia... Eu te avisei... Eu disse que não ia dar certo... Você não devia ter gostado dela(e) assim... Você não devia ter mudado de emprego... Você não devia ter viajado naquela época..." Depois que as coisas dão errado, é comum que um monte de gente "perfeita" venha pagar de conselheiro, como se fossem os donos da verdade, como se nunca tivessem errado na vida ou pior, como se os erros deles servissem de parâmetro para nossa vida. Ninguém aprende com o erro alheio, cada um é de um jeito... Temos dons, qualidades e fraquezas diferenciadas, portanto, duas histórias iguais podem ter finais diferentes, concordam? É pra direita que está osso? Então é pra lá que eu vou, pois a partir da dificuldade eu posso me superar, criar uma nova maneira de vencer aquela barreira... ou não. O que vale é tentar. A cada erro um novo registro, uma nova história pra contar... Confesso que sou muito perfeccionista, vivo me cobrando, brigando comigo mesmo para evitar os erros, mas não adianta, tenho certeza de que vou errar enquanto eu viver... Sabem porquê? Porque gosto de viver experimentando a vida, sentindo a dor e os prazeres que só quem vive intensamente pode conhecer. Acho cada vez mais, que a melhor forma de lidarmos com os erros é nos contentarmos com a irreversibilidade do tempo e de nossas atitudes, extraindo o máximo de cada passo errado. Só conhece o buraco quem tentou seguir o caminho... Portanto, nada de perfeccionismo, o que vale nesta vida é experimentá-la sem receios e não me toques. A cada erro, um novo encontro com o vazio, uma nova lembrança que nos impede de cometer os mesmos erros novamente... Fiquem bem... Beijos, Deco.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005
Na contra mão do Carnaval
O carnaval acabou... Ainda bem! Fora os quatro dias de descanso e a beleza das cores e mulheres nas avenidas, nada demais. Não tenho o menor tesão pelo carnaval... Trios elétricos, gente suada, brigas e confusões não me seduzem mais. O carnaval derrama no Brasil um clima de "nem aí" que não me agrada muito... O que sinto, é que todos se rendem a uma espécie de "Acaba mundo, que eu vou beber até a morte...". Tudo bem, em outros tempos eu já entrei nessa... Beijar muito, cheirar lança perfume e dançar aceso até o último minuto, mas hoje vejo a festa com outros olhos... Acho bonito, alegre e ao mesmo tempo oportuno... O povo precisa do Carnaval para aliviar suas dores... Num tempo desse, os brasileiros se esquecem dos problemas, da crise e da falta de dinheiro e se esbaldam no samba e no axé. Cada um dá um jeitinho, uma carona aqui, um cheque especial ali e vamos lá, o que importa é não ficar de fora. Depois a gente vê como é que faz para pagar a bagunça... Festas populares são como morfina para grande parte da população, uma forma de se livrar dessa rotina globalizada por algumas horas e mergulhar de ponta no mar da alegria. Não sei ao certo o que me afastou do carnaval, mas posso garantir que esse clima de beija-beija não me pega nunca mais... Eu quero dia seguinte independente da festa que está rolando. É carnaval? Que ótimo, então que eu o passe apaixonado, tranqüilo e longe do oba-oba. Querem a verdade? Passei da idade queridos, não me permito beijar dez bocas e acordar sem me lembrar de nenhuma na manhã seguinte. No condomínio onde eu estava, caí no samba apenas uma vez, uma única noite foi suficiente para que eu me sentisse um peixe fora d'água. Ali, entre um axé e uma coreografia da dança da bundinha, acho que fui o único a não se sentir em casa. Fazer o quê? Não reprimo, nem condeno quem pensa diferente, até pelo contrário, vivam cada tempo da vida de vocês com intensidade... Um dia, certamente, vocês se cansarão dessa loucura desenfreada... Mas essa preguiça só vem com tempo, com nossas experiências de vida e com um pouco de sensibilidade. Um beijo no coração de vocês, Deco.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2005
Simples assim, uai
Nesta semana fui a Oliveira, para quem não conhece, é uma pacata cidade do interior de Minas, que deve ter cerca de 80 mil habitantes. Fui na inauguração da revenda de automóveis de um amigo, mas aquilo foi mais do que uma simples inauguração, minha mente viajou longe demais naquela noite... Não, eu não fiquei bêbado... Não, eu não fumei maconha... O que impressionou e fez-me viajar, foi o clima de irmandade e felicidade que sobrevive ileso, em tempos de tanta individualidade nas grandes capitais... Pelas ruas, carros literalmente abertos... Nada de alarmes, rastreadores e outras engenhocas antifurto que somos obrigados a usar. Pelas calçadas o povo desce a prosa boa completamente despido de receios e preocupações com o amanhã. Todos se conhecem e se cortejam seguidamente com harmonia... O ar é diferente, as pessoas são diferentes, o cheiro é diferente, entendem? Tive a sensação de estar em outro mundo, onde o capitalismo não impera tanto, onde as pessoas são mais felizes e menos preocupadas... Existe isso? Existe sim! Os homens e o mundo são a mesma coisa, o que nos diferencia, são as opções, as alienações megalomaníacas propostas pelas grandes capitais. Concordo que eles (os homens do interior) têm menos problemas, menos poluição, menos favelas, assaltos e mortes no seu dia a dia... Isso é um bom começo, mas o que eles tem de melhor é a sabedoria. As pessoas do interior abraçam e valorizam a simplicidade que desprezamos... Preferem um cafezinho com broa na casa do compadre a uma promoção número 7 do McDonald's. Preferem estar envoltos de gente querida, a viver de sonhos e ilusões de consumo impossível. Fico analisando aquelas imagens que ainda passam como filme na minha cabeça... Concluo que eles estão certos demais! Invejo a cultura, a paciência, o comportamento, a linguagem, os costumes e principalmente, a qualidade de vida que eles tem. Tudo é maravilhoso e singular naquele cantinho... E não pense que a modernidade não ronda aquela cidade, pois é claro que ronda... Eles têm tv a cabo, boates, shoppings, internet e tudo mais que temos nas capitais, a diferença, é que eles conseguem serenamente se blindar perante essa onda consumista que nos corrompe há tempos e tempos. Quando penso na vida que levo em BH, agradeço, porque tenho uma vida muito boa... Um bom emprego, um bom salário, um apartamento bacana e tudo mais que um homem precisa pra viver. Mas pago caro nesse pacote... Vivo na correria, no stress e no medo do amanhã, será mesmo que vale a pena? Não sei não, confesso que estou confuso, a simplicidade daquele povo mexeu demais com meu coração. O meu presente pode ser aqui e acho mesmo que será, mas meu futuro com certeza será numa cidadezinha dessas... Eu, minha mulher e nosso fogãozinho de lenha. Tudo de bom para vocês... Beijos, Deco.

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