terça-feira, agosto 08, 2006

INQUIETUDE EMOCIONAL

?Há poucos dias atrás, recebi por e-mail um desabafo de um ex-namorado arrependido, esse texto é dedicado a ele?. Êta geração complicada! Somos cada vez mais complexos, aliás, a simplicidade parece rondar a contramão da nossa tão sonhada satisfação. Por aí afora, não há desejo que perdure, que sobreviva serenamente como realizado, vivemos na trilha dos desconfortos que motivam outros desejos, novas aventuras e novas frustrações. ?Sossega um pouco criança, contempla sua realização!? Não, não, não... Preferimos almejar fusões loucas e descabidas, dignas de uma bela estadia no Galba Veloso... Que loucura! Já perceberam como nos queixamos das coisas? Se namorados, ficamos saudosos, relembrando os velhos tempos de solteiro, as festas, mulheres, a liberdade e as badalações que tal condição nos proporcionava... Se solteiros, babamos no vazio, observando melancolicamente os casais na rua, lembrando do colo, do cheiro, do amor, do domingo no cinema e de tudo mais que a relação trazia de bom. Se empregados, reclamamos do salário, do chefe, do cansaço e do stress que o mercado conspira... Se desempregados, queixamos da falta de grana, do alto nível de exigência e das poucas oportunidades oferecidas... Assim, nada desce bem. Todo emprego será chato e nenhuma condição sentimental ou pessoa será ideal. Estaremos, de certo modo, fadados a navegar pelo mar da insatisfação. Isso parte dessa idéia chata de perfeição, de prepotência e de sucesso cotidiano... Nos julgamos dispostos demais... A trabalhar como loucos, a assumir relações, a sermos cúmplices, fieis e jorrar amor aos quatro cantos, mas por vezes e vezes descobrimos que não estamos prontos, ora por urgência emocional, outrora por carência, solidão e certamente, na maioria das vezes por imaturidade afetiva, por pura inquietude emocional. Somos todos iguais. E não há nenhum remédio, senão o amadurecimento produzido pelo tempo, capaz nos suprir e de nos livrar disso. Num outro tempo, já maduros e equilibrados, descobrimos que unir o gostosão da parada e um bom namorado na mesma face é impossível e que o trabalho e a balada nunca se casarão... De fato, as coisas não serão sempre perfeitas como desejamos, mas a convivência com nossos erros nos ensina a entender e a valorizar aquilo que é nosso, aquilo que conquistamos pelo que somos. A vida é e sempre será de momentos, oportunidades e opções.

Nenhum comentário:

Postar um comentário