terça-feira, agosto 08, 2006

AGOSTO DE 2005


quarta-feira, 31 de agosto de 2005
Quebrando a tela
Há exatamente um ano começava a história deste espaço... Do primeiro aos quase 8 mil cliques a história é longa. Pessoas de vários lugares, cores e jeitos, inclusive personalidades como a apresentadora Fernanda Lima, passaram por aqui. Abordamos os mais diversos temas, do social e político até as tão complexas questões de relacionamentos e amor. Falamos um pouco de tudo. Concordamos, discordamos, suspiramos e principalmente, dividimos com uma boa dose de cumplicidade nossas inquietudes, sensações e pensamentos. Ao longo do tempo, o Trilhas da Vida cumpriu na risca seu objetivo principal, o de levar questionamento, reflexão e sensibilidade para os seus leitores. Isso me realiza. Fico feliz, de verdade, de coração, porque esse lugar se consolidou como uma espécie de extensão digital da minha pessoa, escrever aqui é leve, saudável, excitante e divertido. Gosto das nossas trocas, gosto dos pontos de vista que se misturam por aqui, inclusive dos que se opõe aos meus. Divido esse bolo virtual de aniversário e qualquer mérito que possa existir com vocês. A todos aqueles que passaram nesse espaço, um por um, o meu abraço, o meu beijo e o meu muito obrigado. O Trilhas da Vida não seria nada sem a presença de vocês. Bom, o momento não é o melhor, mas quero informá-los que vou parar de escrever por algum tempo, ainda não sei ao certo quanto, como não sei se é definitivo. Vou tentar explicar o que está acontecendo, afinal as coisas sempre foram muito transparentes por aqui. Quando me propus a fazer parte do universo virtual, sabia que estaria me expondo de alguma forma. Pelas janelas do msn, orkut, blog, e-mail e de outros espaços virtuais circulam centenas, milhares de olhos. Olhos do bem. Olhos do mal. Olhos que se escondem de nós e que mentem, que iludem e que inventam facetas por trás de seus teclados. A internet permite que a covardia, a mentira e a falsidade sejam exercidas de uma forma muito impune. Isso me incomoda. Incomoda também esse lado contra mão de conhecer pessoas que nunca vi na minha vida. Gostem ou não, gosto de olhos nos olhos. Acho isso sincero e fundamental para as relações humanas. Não quero uma coleção de sombras ao meu redor. Sombras criam e destroem expectativas como mandam seus desejos, sombras não aparecem, não choram, não sofrem. Depois de algum tempo interagindo na rede, concluo que essa invasão digital não é tão interessante como eu imaginava... Claro que muito sangue bom apareceu por aqui, muita gente do bem e do coração bom passeou por minhas linhas, mas infelizmente, o mal é maioria. Uma maioria chata, insistente, evasiva. O anonimato reina vivo pelos quatro cantos do mundo e eu odeio pessoas anônimas. A decisão é simples, curta e direta. De hoje em diante não quero mais nenhum tipo de envolvimento com pessoas virtuais. Quem tiver coragem de quebrar a tela, é super bem vindo, quem não tiver, sinto muito, fique aí escondido atrás da sua máscara. Dispenso amigos, amigas, paixões e amores virtuais. Minha vida é real e acontece aqui fora, bem longe dos fios, cabos, teclados e telas. Fiquem bem... Na paz, no amor, na saúde e em tudo de melhor que a vida oferece. Abraços & Beijos, Deco. *: Por falar em quebrar a tela, esse é o Deco.
segunda-feira, 22 de agosto de 2005
Começando do fim encontra-se o nada
Há um bom tempo venho escrevendo sobre relações e sentimentos... São temas quase intermináveis e ao mesmo tempo, gostosos de abordar. Afinal quem não sente? Quem não se relaciona? Quem nunca sofreu por amor? Quem não quer amar e ser amado? Prefiro mesmo falar de amor e de paixões ao invés de outros tantos, porque em primeiro lugar me incluo nessa busca que a assola a maioria de nós e claro, porque a partir deles - já que são os temas mais comentados no blog - posso trocar com um número maior de pessoas e assim crescer, pensar, sentir e voltar a escrever para contribuir de alguma forma com a felicidade de todos. Cada ponto de vista, cada interrogação e reticência solta no papel é fruto de uma experiência minha e ás vezes, por muitas vezes, de terceiros, amigos, personagens e etc. Não sei ao certo o que me inspira, nem o que me faz ter um olhar mais analítico nas situações mais inusitadas, como numa rave, por exemplo. O fato é que funciona assim. Inspiro-me na madrugada, voltando de uma balada, me perguntando por que aquela guria foi tão fácil, tão simples e tão sem sal. Inspiro-me durante o dia, diante de um casal que para decidir a compra do seu novo carro, se agride, se desrespeita e demonstra - sem a menor vergonha - seu total desamor um pelo outro. Inspiro-me também no sinal, no trânsito, quando no carro da frente duas bocas encontram-se alheias as buzinas e aos palavrões dos "urbanóides". A verdade é que o nosso dia a dia derrama uma série de lições, inquietudes e porquês na nossa vida. Todos os dias eu carrego essas lições para casa, para o meu travesseiro, que hora ou outra deságua aqui meus pensamentos. Falando de amor, entendo hoje que a verdadeira crise não está nele em si, nem no ficar ou na nossa falta-de-compromisso-moderninha-e-idiota. A crise do amor está na pressa de amar, na falta de paciência para construir com o tempo uma relação verdadeira, passo a passo, sem urgência de nada. Numa analogia oportuna, um engenheiro não começa a construção de uma casa pelo telhado, certo? Primeiro vem o projeto, depois a fundação, depois as paredes, depois a laje e finalmente, o telhado. Então não se pode esperar que o amor chegue à primeira noite, no primeiro almoço, na primeira viagem a dois. O amor precisa de tempo, a relação precisa de tempo para se consolidar como tal. Liberdade e intimidade não chegam de uma hora pra outra... Enquanto não se pode dizer eu te amo, diga eu te adoro, qual o problema? Porque a pressa de selar, de dar nome as coisas? Acontece que nos dias de hoje o buraco é tão grande, a sede de amar é tão forte que nos esquecemos das etapas e pior, de curtir cada etapa de um relacionamento. Amor não é fórmula, não é automático, não acontece assim da noite pro dia. Queremos, clamamos, desejamos o amor como um copo de água no deserto, mas ignoramos a naturalidade, a ordem das coisas e assim nos decepcionamos, somos traídos pelas nossas próprias expectativas. Sugiro mais calma, muita calma e mais tesão pelo conhecer o outro. Sem descoberta não há admiração, sem admiração não há amor. Sugiro mais carinho, muito carinho e menos, muito menos individualismo. Sugiro mais compreensão e companheirismo e menos, muito menos pressão e cobranças. Sugiro mais romance, olho no olho e beijo na boca e menos muito menos, impulsividade. Sugiro mais cara, mais verdades, mais transparência e menos, muito menos, "não me toques". Soltem-se de coração, mente e olhos abertos para quem balançou um pouquinho aí dentro... Esse gostinho é bom, eu sei, mas mantê-lo é melhor ainda.
Fiquem na paz e no amor... Beijos, Deco.
terça-feira, 9 de agosto de 2005
Vida é viagem de dois
No tic-tac macio do relógio de pulso vão-se os segundos, as horas, os dias, os anos de nossas vidas. Numa seqüência constante a vida se repete na linha do tempo... Mudam-se os rumos, os lugares, as cenas, as pessoas, as vontades, os desejos, mas a gente não. A gente é a gente mesmo. E sempre vai ser. Quanto mais o tempo passa mais me convenço de que esse modernismo individualista é um tanto suicida. Acreditem! Cada um tem seu barco, mas o mar é um só. Estamos todos nele. Ainda morreremos sozinhos nesse caminho. Companheirismo para mim é essencial, coisa tão fundamental como qualquer outra aspiração comum ao meu dia a dia... Afinal, eu corro tanto e luto como um louco para vencer a maré torta dessa vida... De que vale o trabalho, a conquista, a luta por um amanhã melhor se no final, na melhor parte, eu não puder dividir isso com outra pessoa? Ah! Eu não sou egoísta, meus queridos. Não quero nada para mim, prefiro semear um plural, uma união mais amorosa e menos, muito menos egocêntrica. O tempo me leva com ele... Por onde ele anda, eu passo, aonde ele vai, estou. A gente se entende, se desentende e se perde da gente mesmo, mas o tempo não se separa de nós. Registra em fotografias nossos momentos de alegria, reflexão e tristeza. Existem dias em que eu acordo mais pensativo e questionador... Quando estamos sozinhos e nos dispomos a não envolvermos-nos pelas convenções sociais, entendemos coisas que em outros tempos foram bem indecifráveis. Passamos a observar com um olhar mais maduro e menos impulsivo, o mundo que nos cerca. E o mundo hoje me soa falso! Muito, interminavelmente falso! Fico pensando aqui... Como foi que permitimos que as coisas chegassem a esse ponto? Porque é claro que tudo que estamos vivendo hoje é obra nossa. Estamos colhendo nosso não agir diante das situações. Estamos colhendo nosso comodismo, nosso end para as outras pessoas, nosso nem aí para os problemas. Insistimos na busca frenética por uma felicidade utópica, na mania de querer e querer e querer... Mais e mais e mais. Não! Não precisamos de tudo, aliás, não precisamos nem da metade do que imaginamos para sermos felizes. A gente demora um tempo bom para entender o verdadeiro sentido da felicidade. Quando entende, percebe que ela não chega embutida em pacotes perfeitos como na televisão - Os perfeitos são tristes, mórbidos, sem luz alguma - Felicidade mesmo, de verdade, é ora momentânea, outrora passageira. Chega num telefonema, numa mensagem, num beijo, num abraço, num encontro inesperado e se vai. Mas volta, sempre volta. E por isso é tão especial. Fiquem bem. Beijos, Deco.
Por Deco 12:04:01

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