terça-feira, agosto 08, 2006

LIVRO ABERTO

Ando meio perdido ultimamente, não sei se pela loucura rotineira da vida que venho levando ? Acorda > Banho > Empresa > Trabalho > Casa > Banho > Cama ? ou se é coisa da minha sensibilidade mesmo. Disseram-me uma vez que pessoas sensíveis não se dizem sensíveis, apenas são ? Tudo bem, não quero e nem vou criar polêmica em torno desta questão, mas como tal, me sinto mais exposto aos destemperos da vida. Hoje vai aqui meu desabafo, uma tentativa de aliviar o que me consome neste momento. Vejo um mundo de gente reclamando que o romantismo morreu, que as pessoas não acreditam mais no amor, que os valores estão invertidos, que as relações perderam o encanto e blá bla blá blá... Quem me conhece ou ao menos lê minhas crônicas sabe que sempre andei na contra mão disso tudo, que sempre fui aberto e defendi de todas as formas o amor, o romance e a beleza da relação a dois. Mas acreditem, estou muito cansado, e pior, começando a acreditar que estamos realmente nessa merda que todo mundo fala por aí. Sabem porquê? Porque ninguém dá a mínima pra isso mais, o mundo de hoje não valoriza esse tipo de comportamento, esse tipo de conceito sobre os sentimentos. Todo mundo reclama, mas quando encontra isso não valoriza. O tempo está passando e sinto-me quase sozinho nessa parada... Ao mesmo tempo, não consigo me ver apertando o botão do foda-se sentimental e me juntando aos outros nesse mundinho descartável. Não! Não posso voltar a ser o Deco de 18 anos de idade, um galinha filho da puta, um baladeiro irresponsável, isto é totalmente inconcebível. Eu teria que ir contra o que a vida me ensinou, contra tudo o que eu acredito hoje. Mas admito que seria mais leve conseguir curtir a noite sem um olhar crítico sobre as pessoas que nela estão. De onde veio essa constante de questionar as coisas? Será que tenho mesmo que fazer alguma coisa ou será que não? Penso que sim, o alerta que segue de carona em cada texto, é um grito de socorro à nossa geração, é um esporro óbvio, que tenta desfazer essa descrença, essa desilusão que parece nos dominar. Acho engraçado, quando me perguntam com ares de absurdo, porque estou solteiro ??? Vou aproveitar para responder isso em definitivo... Estou solteiro sim, porque comigo as coisas são diferentes. Não quero dividir minha vida com alguém por carência ou medo de ficar sozinho. Não me basta uma super produção, uma roupinha de grife e um Von Dutch na cabeça. Pelo amor de Deus! Não quero alguém para exibir aos meus amigos enquanto ?desfilamos? de mãos dadas... Beleza cansa rápidinho, com apenas 10 minutos. O que eu espero de uma mulher vai muito além de um rosto e um corpo bonitinho, por incrível que pareça, o que eu quero está presente nas coisas mais simples, tão simples que me assusta muito vê-las inexistir neste tempo. Vou ficando por aqui, repetindo a frase de um texto anterior ? Sou brasileiro do amor! Mesmo cansado, não desisto nunca! Bom fim de semana e se cuidem... Beijos, Deco.

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