terça-feira, agosto 08, 2006

OUTUBRO DE 2005

quinta-feira, 27 de outubro de 2005


Um minuto é tempo também


1 hora, 60 minutos, 3.600 segundos... No tic-tac seco e desenfreado o tempo passa... Passa pra mim, passa pra ela, passa pra vocês também, o tempo não perdoa ninguém. Passa e acende, passa e apaga, passa e registra, passa e repassa, passa enquanto passa e deixa passar a vez de quem não fez acontecer. O ano se vai, o mês se vai, o dia se foi e a gente nem percebeu. Há 15 anos atrás eu reclamava da minha vida de adolescente-estudante; trabalhos, provas, colas, sono, olimpíadas, festas de 15 anos, futebol depois da aula, boletim, ocorrência, recuperação, bomba e expulsão (ô menino danado)... Naquele tempo eu reclamava, mas na verdade meus "problemas" não eram nada, a minha vida hoje é um bilhão de vezes mais pesada... Eu reclamava porque eu não sabia como era a vida adulta, achava bonito meu pai saindo para trabalhar de roupa enquanto eu tinha que vestir aquele uniforme horrendo e agüentar minha professora (chatíssima) de história falando da Grécia durante 60 minutos na minha cabeça. Eu não sabia, você não sabia, a gente nunca sabe como vai ser o minuto seguinte. Era um saco naquele tempo, era um tédio estudar, hoje é saudade. Saudade de não fazer nada, saudade de dormir a tarde, de não preocupar com contas, família, empresa, com tudo que hoje depende absurdamente de mim. Aquele tempo não volta mais, nenhum tempo volta atrás, passou, já foi, já era. Ficou a saudade e a certeza de que o tempo é agora, hoje, nesse instante. Um minuto é o bastante para fazer girar o mundo quando a gente quer. Concordo que a vida anda pesada para todos nós, não está fácil sobreviver nesse mundo doido e mega capitalista. O amor acabou, a conta venceu, o furacão matou, o político roubou e a indiferença anda reinando entre as pessoas... É triste eu sei, dói aqui também. Mas reclamar e lamentar não muda o dia, não paga a conta, não ajuda o amigo, não resolve o problema. É preciso inventar um jeito novo de fazer valer, é preciso reinventar. Vale parar um minuto da rotina para agradecer a mesa farta, a saúde, a vida, o teto, os amigos, a deus, a família. Vale dar valor ao que se tem. Vale ser guerreiro, vale ter fé, vale contribuir na raça para que dias melhores saiam do papel... Vale mais sensibilidade, mais paz e mais harmonia. Vale energia positiva pelos quatro cantos do mundo. Vale enfim menos vaidade e mais solidariedade, a gente anda perdendo muito tempo com esse egocentrismo chulo. O tempo vai, a sabedoria vem. No canto de cá eu sigo a contemplar essa lagoa em forma de coração... Transformar dias cinzentos em arco-íris é como fazer de momentos passageiros registros definitivos. A fantasia alivia o peso da realidade. Um abraço, um afago, um olhar, um beijo para cada um de vocês... Um por todos e todos por um. O mundo é nosso, sangue bom. Deco.


Por Deco 18:48:12Trilharam essas palavras (6)


terça-feira, 25 de outubro de 2005


Assim eu inventei o Amor


No dia em que eu inventei o amor era manhã de sol, tarde de flores, noite de lua cheia, perfeita, romântica. No dia em que inventei o amor estava de cara limpa e coração aberto, completamente vulnerável e entregue a qualquer coisa que soasse mais doce aos meus ouvidos. No dia em que inventei o amor eu não tinha medo nem insegurança, não enxergava as sombras do outro lado do muro (será que elas existiam?). No dia em que eu inventei o amor eu estava louco, muito louco, mas bem mais lúcido que os outros ao meu redor. No dia que inventei o amor o vermelho se pintou por toda parte, colorindo de amor as paredes da minha vida. No dia que eu inventei o amor eu conheci a felicidade plena e também a dor que é parte futura de todo amor. No dia que eu inventei o amor, eu inventei a vida. Inventei os sonhos, as fantasias, os desejos, a contemplação. No dia que eu inventei o amor, inventei a cria, a família, a cumplicidade, a união. Inventei e senti. Inventei e amei. No dia que eu inventei o amor, eu amei e sorri... Mas o amor ninguém inventa, o amor ninguém fabrica, o amor é dono de si mesmo. Fiquem bem... Beijos, Deco.


Por Deco 12:08:35Trilharam essas palavras (5)


sexta-feira, 7 de outubro de 2005

"Não deixe portas entreabertas Escancare-as Ou bata-as de vez. Pelos vãos, brechas e fendas Passam apenas semiventos, Meias verdades E muita insensatez." (Flora Figueiredo)

Entre a brisa e o vendaval, um espaço para um novo abrigo... Se existe uma coisa que eu aprendi nessa vida foi a definir o status das minhas portas. Quando digo portas, falo de profissional, de social e claro, de afetivo também. Falo de portas que abrimos às pessoas e que por muitas vezes motivados pela vaidade, pela imaturidade ou pela inexperiência mesmo, deixamos entreabertas. Portas entreabertas são indefinições paralelas, são mais ou menos, são estepes... Não gosto disso. Entreaberto é tudo pensamos ter, o que pensamos existir, o que achamos que está ali, mas que na verdade já se foi (nós sabemos disso). Entreaberto é o amor mal resolvido, o emprego indefinido, o amigo meio-amigo, a paixão que ficou pela estrada... Entreaberto é também o egoísmo, o individualismo, é querer manter coisas, pessoas e sensações por comodismo, não por desejo. Entreaberto é o que não é... O que não se quer, o que não foi, o que não será... Mas que está ali, a nossa volta de alguma forma, perdido na agenda do celular. Entreaberto é excesso de gente, excesso de dúvidas, excesso de insegurança, excesso de bagagem na nossa vida. Excessos não são bons, vocês sabem. Excessos não somam para nossa vida, não se desenvolvem, não criam. Cultivem a medida certa, o equilíbrio, defina suas portas. Abra a azul, feche a preta. Não precisamos de nada além de transparência e um pouco de malícia para definirmos quais são as portas verdadeiramente necessárias, felizes e importantes para nós. Vale repensar o sentido de cada uma, o que cada uma representa pra gente. Pois é preciso separar portas de portas para distinguirmos umas das outras - Portas do bem de um lado, portas do mal de outro - Para deixarmos umas bem escancaradas e outras literalmente fechadas, trancadas e distantes da nossa vida. Existem portas que só nos fazem mal, que só nos leva aos abismos, abismos estes algumas vezes existentes dentro de nós mesmos. Não se tranquem nas portas do passado, acreditem no presente, abram novas portas. Muitas pessoas me consideram radical quando o assunto é relacionamento... Mas do lado de cá tenho outra convicção, sou extremamente sincero com as pessoas que convivem comigo. Se isto é ser radical, tudo bem, eu sou então... Porque manter as aparências definitivamente não é a minha onda, não consigo viver relações entreabertas ou mal resolvidas. Tenho uma dificuldade absurda de ser político e socialmente correto para o mundo. E uma facilidade sobrenatural para enxergar e aceitar as coisas como elas são. Desculpe, mas eu não sei abrir um sorriso para uma pessoa que eu não gosto. Eu não sei agradar se eu não estiver a fim, alguém pode me ensinar? Acho que a transparência é essencial em tudo, é a minha verdade, a minha sinceridade comigo mesmo. Não abro mão disso. O namoro acabou? Que ela siga a vida dela e seja feliz pra lá, não consigo ser amigo de ex-namorada... Você consegue, outros conseguem, parabéns, mas eu não. A amizade se quebrou? Então que ela acabe de vez, porque pra mim amigo que é amigo não se torna conhecido, ou é ou não é. Eu não sei se vocês me entendem, mas não há nada de tão complexo ou radical nisso... Eu apenas gosto das coisas abertas, sinceras, estampadas, verdadeiras. Isso é o mínimo, não? Tenho poucas pessoas comigo, admito, mas são poucas muitas, entendem? São pessoas que estão comigo de verdade e que não vão mudar se eu ficar mais pobre, mais rico ou se eu tatuar um dragão verde e amarelo na minha cabeça. São pessoas queridas que me fazem um bem enorme, que me dizem a verdade, que lutam pela felicidade e por um dia melhor junto comigo. São irmãos, companheiros, parceiros de fé e isso me basta. Eu dispenso uma coleção de pessoas. Ao meu lado, na minha casa, na minha vida, eu só quero gente do bem e isto não é uma opção, é a minha regra. Um fim de semana ensolarado pra vocês. Fiquem com Deus e se cuidem... Beijos e Abraços, Deco.


Por Deco 15:17:40Trilharam essas palavras (9)


segunda-feira, 3 de outubro de 2005


Certezas Incertas...


Hoje eu acordei decidido. Acordei e desisti de querer o que um dia foi desejo... Desejos também são mutantes, certo? Desejos também morrem com o vai e vem do tempo... Eu decidi, não quero segurança afetiva alguma. Não, numa boa, me escute e entenda, eu não quero chão. Isso pode ser suficiente para os outros, mas para mim não é o bastante. Eu gosto de nuvens, de apertinho no peito e de imaginar a gente junto numa praia curtindo o sol descer... Gosto, gosto mesmo e gosto muito do amor assim, completo, avassalador... Que tira a paz, o sossego, a concentração... E gosto da intensidade, do charme e de uma pontinha de incerteza que me faça pensar compulsivamente em você. Então me tire do chão, me faça voar, me faça sentir até não caber mais... Porque é assim que eu gosto que seja, você não percebe? Você tem medo? Você tem máscara? Sinto muito, lamento profundamente, mas eu não. Eu dispenso a certeza, dispenso a mesmice, dispenso a razão, dispenso tudo que é pouco, você consegue dispensar? Então anote na sua agenda, no seu celular, na porta da geladeira, num lugar onde você possa lembrar para sempre... Minha cabeça é uma máquina de sonhos e meu coração é uma bomba de amor... Não se afogue no meu jeito intenso, nem na forma como eu te olho, nem no jeito como eu te beijo. Eu sou assim mesmo e isso não vai mudar com tempo, é melhor se acostumar (ou me deixar). Eu já tive certezas, pés no chão e rótulos de sobra na minha vida, tudo bem, isso já me pareceu perfeito um dia, mas hoje não é, há muito tempo não é, entende? Será que essa loucura é só minha, meu deus? Se for, que seja, porque não gosto mesmo de coisas certas... Prefiro loucuras, situações imprevisíveis, surpreendentes e especiais... Prefiro aquilo que me joga de ponta (e sem colete salva vidas) num mar imenso de sensações... Pois nesse mar eu sei nadar e se eu me cansar um dia, se você se cansar um dia, a gente se afunda junto (lá embaixo existe beleza também). Eu aceito me dar mal, aceito sofrer, aceito perder, aceito me esfolar inteiro com meus próprios sentidos, mas por favor, não me julgue - não me condene e não me olhe com essa cara assustada... Apenas me olhe e me ame em silêncio. Não sou eu o vilão da sua história, mas eu sei ser e posso ser se você quiser.

"Me dá um beijo então Aperta a minha mão Tolice é viver a vida assim Sem aventura Deixa ser pelo coração Se é loucura então, melhor não ter razão." (Caetano Veloso)

Uma semana cheia de suspiros pra vocês... Beijos, Deco.

Por Deco 18:44:43Trilharam essas palavras (9)

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